O panorama da transição energética e mudanças climáticas traz grandes desafios para o setor elétrico. Os paradigmas serão diferentes no futuro e, por isso, caberá ao governo e às empresas do segmento se adaptarem para as novas realidades.
Representantes do setor debateram o assunto durante o painel ‘Distribuição para incremento da transição energética no Brasil’, realizado no Fórum Distribuição de qualidade para inclusão e transição energética’, nesta quarta-feira (17/4), em Brasília. O evento foi promovido pela Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee).
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse estar atento às questões regulatórias e ressaltou a necessidade de mudanças estruturais. “Nós vamos aproveitar esse momento de renovação de concessões para poder modernizar os contratos. As empresas vão precisar assumir o compromisso de diminuir a terceirização e aumentar a capacidade de atendimento, essencial para a percepção de qualidade do serviço”, afirmou.
O CEO da EDP South America, João Marques da Cruz, elogiou o arcabouço normativo do país e disse acreditar em um melhor cenário para o futuro. “Se olharmos para os indicadores, o Brasil tem os melhores da América Latina. Houve uma evolução muito positiva nos últimos anos. Os investimentos aumentaram muito e a qualidade melhorou. Já se tem um sistema regulatório sofisticado”, ponderou.
Na avaliação de Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, a forma como as empresas de distribuição irão atuar no futuro mudará profundamente. “A distribuidora como conhecemos deixará de existir, mas passará a ser uma operadora, para que possa fazer uma gestão dinâmica da rede. A participação crescente dos consumidores e a geração distribuída impõem essas mudanças”, opinou.
A presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Marina Grossi, afirmou que as distribuidoras terão o desafio de fortalecer suas redes para poder atender melhor às necessidades do futuro, devido às mudanças climáticas. “É preciso ter resiliência climática, já que boa parte dos eventos ocorrem por chuvas ou outros fenômenos naturais”, disse.
Fonte: Jornal Cana – 23/04/2024