Segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, Minas Gerais deve colher 81,4 milhões de toneladas na safra 2025/26. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa representa redução de 0,4% em relação à temporada anterior, influenciada por condições climáticas desfavoráveis durante as fases de rebrota e desenvolvimento das lavouras. No período, a produção de açúcar crescerá 8,6%, enquanto a de etanol recuará 12,1%.
No Brasil, a produção de cana-de-açúcar na safra 2025/26 deve alcançar 668,8 milhões de toneladas, redução de 1,2% frente à temporada 2024/25.
O gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, explica que o 2º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar, divulgado nesta terça-feira (26), confirma a tendência de redução da produção em relação à safra anterior. A queda decorre do clima adverso registrado desde maio de 2024.
“A partir de maio de 2024, principalmente na região Centro-Sul, as precipitações reduziram bastante e foram registradas temperaturas elevadas, o que impactou a produtividade da safra atual. As altas temperaturas, associadas à falta de chuvas, prejudicaram a rebrota e o desenvolvimento inicial das lavouras. A condição favoreceu incêndios, que afetam a fisiologia e também o solo. O início de 2025 foi um pouco melhor em relação às chuvas, mas não foi suficiente para reverter os impactos na safra. Apesar disso, a região ainda apresenta boa produtividade”, explicou Vasconcellos.
Segundo a Conab, na safra 2025/26 a produtividade média das lavouras deve alcançar 79,8 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, queda de 3,6% frente à temporada anterior. Já a área produtiva, de 1,01 milhão de hectares, cresceu 3,3%.
Safra de cana será mais açucareira
Com as condições mais favoráveis do mercado para o açúcar, a tendência é de maior destinação de cana para a fabricação do produto. Assim, conforme a Conab, Minas Gerais produzirá 6 milhões de toneladas, volume 8,6% superior ao da safra anterior, o que representa 476,6 mil toneladas a mais. O Estado é o segundo maior produtor de açúcar e responde por 14% do volume nacional.
“Boa parte da cana será destinada à fabricação do açúcar. Esse maior direcionamento da matéria-prima ocorre em função do mercado”, disse Vasconcellos.
No caso do etanol, a previsão é de 3 bilhões de litros, queda de 12,1% em relação à safra 2024/25.
Neste ano, Minas Gerais terá incremento de 7,7% na produção de etanol anidro, adicionado à gasolina, totalizando 1,2 bilhão de litros. Já a produção de etanol hidratado, estimada em 1,7 bilhão de litros, deve recuar 22,9% em relação ao volume de 2,2 bilhões registrado na safra passada.
Fonte: Diário do Comércio – 27/08/2025
